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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

DESAFIO DE UM TROPEIRO




Há um potro dentro de mim, pedindo cancha.
Sinto-lhe o bater do coração inquieto
como um tambor a rufar em véspera de peleia braba.


No meu olhar o seu olhar de fogo se confunde
na ânsia de devassar a vastidão de todos os caminhos
que os seus cascos de bronze e asas não pisaram.

Potro de sangue ancestral,
telúrico em seu ímpeto selvagem,
maior porque contido no seu lance
como um cartucho que sente o gatilho pronto para o tiro.

Tudo o que fica além de meu passo de nômade prisioneiro,
tudo o que não alcança o meu braço de músculos dormidos,
tudo o que meu olhar não pressente na distância
- isso tudo a chamá-lo,
tudo a chamá-lo
como um toque de cincerro no silêncio da noite.

Seus ouvidos de animal selvagem
são sensíveis ao apelo da distância,
ao apelo da noite,
ao grito dos que rompem cancelas e aramados
para abrir a golpes de audácia o seu caminho de aventuras.

Há um potro dentro de mim, pedindo cancha…


No laço de chegada,
que fica sempre além,
e ainda mais além,
e sol não se põe nunca,
para vestir de ouro os que tiveram pata
para engolir todo o estirão da raia
que é um desafio de léguas pela frente.

Mas como custa arrebentar o laço
do andarível de partida desta cancha!



Apparicio Silva Rillo


*****************************

Escutei essa poesia hoje,e quis dividir com todos essa mensagem de ânimo!
as vezes que ficamos só,se sentimos assim, como véspera de peleia brava!!rs...
Sejamos dignos de um verdadeiro Pião!!rs


Com Carinho Gilmara Cordeiro

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